Histórico da Comunidade de Linha Chapéu
A história da colonização de Linha Chapéu é dramática e ao mesmo tempo cativante. É a comunidade pioneira do município de Itapiranga. Iniciou com a chegada da família de Johan e Margareth Leimeisen Düngersleben, vinda de Hundsbach, sul da Alemanha.
Inconformados com a difícil situação na Alemanha pela perda da 1ª Guerra Mundial e informados através da Sociedade União Popular (Volksverein) que no sul do Brasil estava acontecendo a colonização para católicos e germânicos, a família Düngersleben resolveu abandonar a sua pátria e foi em busca de melhores dias no sul do Brasil.
No dia 03 de maio de 1925, depois da assinatura do passaporte pelo Cônsul alemão de Hamburg iniciaram a longa viagem. Johan e Margareth com seus 11 filhos chegaram às margens do Rio Macuco, na terra anteriormente adquirida, no dia 25 de julho de 1925. Iniciaram uma vida nova, com sacrifícios e verdadeiros martírios por falta de conhecimento da natureza brasileira. Já no primeiro ano a família perdeu três filhos que foram enterrados no pomar.
Era solidão completa, pois eram únicos no meio de imensa mata. Para voltar não possuíam recursos, por isso a missão era continuar a luta. A partir da família Düngersleben teve início a colonização de Porto Novo orientada pelo “Volksverein”. Aproximadamente 30 Km rio acima, residiam os mais próximos. Era Porto Feliz. De lá se trazia, de canoa, os mantimentos, remédios, ferramentas, somente o que era estritamente necessário.
Em 1926 veio mais um grupo de famílias. Assim, este grupo de famílias corajosas, com espírito comunitário, construiu uma pequena capela que também servia para o funcionamento da escola e com a passagem do Pe. Henrique Ofenhitzer já celebrou a 1ª missa no dia 27 de agosto de 1927. De início, a Escola era paroquial cabendo o comando aos padres da paróquia que decidiam sobre o que se ensinava e nomearam, a seu critério, o professor. Até 1939 o Prof. Francisco Terhorst ministrava as aulas quando então o Estado assumiu a Escola e, sem dúvida, também se atribuía o direito de nomear o professor.
Em 28 de agosto de 1955, impulsionados pela fé em Deus e pelo espírito de trabalho unido, tendo cada sócio prestado nada menos de 70 dias de serviço voluntário, inauguraram, festivamente, sua nova igreja em alvenaria, juntamente com a instalação do telefone, quando centros urbanos ainda não dispunham deste moderno meio de comunicação. A escultura do presépio, todo em madeira, que enfeita a igreja no tempo de natal na vida comunitária é uma peça de arte histórica doada por um pioneiro da comunidade.
Outra marca do capricho, característica das famílias de Linha Chapéu, foi a inauguração, em 01 de fevereiro de 1970, de duas salas de aula em alvenaria feitas pela comunidade quando o compromisso era do Estado. Em 06 de janeiro de 1974 foi inaugurado um espaçoso e belo salão social. As festas comunitárias sempre foram característica das famílias da Capela Nossa Senhora Auxiliadora, por isso, com o intuito de relembrar o passado, a comunidade de Linha Chapéu oficializou em 12 de setembro de 1996 sua festa típica anual, a ‘’Einwanderungsfest’’ que em cada edição ganha mais brilhantismo.
O centro da comunidade com salão, escola e igreja está localizada às margens do rio Uruguai enquanto sua área se ramifica em várias direções para o interior do município. Linha Chapéu faz divisa com a comunidade de Linha Sede Capela, Município de São João do Oeste e de Mondaí, Rio Uruguai. Politicamente pertence, a Itapiranga, enquanto que na assistência religiosa integra a Paróquia São João Berchman de São João do Oeste.
O trabalho esmerado e técnico na agricultura diversificada dos produtores rurais rende um lucro capaz de propiciar uma vida econômica e social estável. A comunidade se destaca pelo comércio de madeira, produção leiteira, granjas de aves e suínos e atividades diversificadas na agricultura familiar.
Os alunos da comunidade, após a nucleação das escolas, frequentam as aulas na Escola de Educação Básica São José e na Escola Municipal Oscar Puhl de Linha Sede Capela. Revisado por Miguel Hofer, Pedro Alles e Carmem Marasca
Horário de atendimento:
Mirante aberto para visitação pública todos os dias.
Contatos:
Pedro e Lisete Alles : 49 99167-7671
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